segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cena X (de volta ao banco da praça – Cena III)

A quem diga que o destino é coisa já traçada ao nascermos.
Mas eu prefiro acreditar na intervenção de anjos e demônios
de acordo com uma vontade extremamente superior.
É certo que ele estava abatido e a mercê das ocasiões.
Sentado no banco da praça, parecia anestesiado.
É fato também que certo grupo já tinha de comum acordo
roubar o primeiro desavisado que topassem pela frente.
E não bastasse o assalto queria barbarizar e surrar a vitima até a morte.
A corja adentra a praça, o tempo que os separavam seriam meros cinco minutos!
Cinco minutos para decidirem seu destino final!
Cinco minutos para uma reflexão!
Quanto vale cinco minutos?
Uma vida...
Os passos do grupo continuam constantes, rápidos, seguros.
Quatro minutos!
Quatro minutos, uma lembrança
Ah! Se não fosse por ela, não teria se embriagado,
não estaria àquela hora em uma praça deserta,
não conheceria seus algozes.
Lembranças... Cena II Ato I
Nos olhos de quem te quer bem!
Lembranças... Cena II Ato II
Não cabe encenação.
Lembranças... Cena IV
A musa a espera.
Acredito que são nestas horas insólitas onde não existe mais razão,
apenas coração e alma, que os destinos são realmente selados.
Uma estranha e indistinta conexão mental se criou,
Sabe-se lá por obra de quem?
O certo é que seu celular vibrou, ele retirou-o do bolso.
Rápidos segundos... Uma mensagem:
“Venha aqui em casa, precisamos conversar”.
Um largo sorriso se fez em sua face,
abandonando sua feição anterior.
Levantou-se e saiu da praça.
Três minutos depois a tropa chegaria.
A praça vazia, o silêncio dominava.
Frustrados com esta cena, os demônios interiores
que antes os dominavam, aplacaram-se.
Adiaram a insanidade...
Uma pena não sermos todos reflexivos
e movidos pela emoção de viver.
Quantas vidas não seriam salvas pelo simples
e singelo ato de pensar!

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