sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Cena LX



Ela era poesia!!!
Mais ela não sabia ler...
Reclamava o tempo todo dos seis defeitos que ela tinha
Ao passo que ele tinha meia dúzia, bem piores
Criticava as suas manias naturalistas
Sendo que ele se encharcava todos os dias no bar
Ele achava um absurdo ela usar biquíni na praia
Devido aos seus “pneuzinhos” salientes
Enquanto mil homens a cozinhavam de longe
Fora o sol!
Ele não gostava de aturar a sua companhia o tempo todo
Mais o dia em que ela foi embora com o poeta
Ele morreu de saudades...

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imagem: Tatiane Colevati

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Cena LIX (Pretérito Perfeito)



Quando eles se conheceram
Ela tinha pouquíssimos anos
E ele alguns, de sobra
Viveram um tórrido relacionamento
No verão de Calcutá
Depois cada um seguiu seu rumo
Pois é assim que são as pessoas
Mais ela se tornou uma atriz famosa e cortejada
Ele seu maior e mais anônimo fã
Ele a via todos os dias quando estava encenando no Teatro Calcutá
Para ele, ela era única no palco, uma Alpha Delphini
Para ela, ele não era ninguém,
Visto que na plateia repleta ele era apenas mais um rosto na multidão
Ele saiu e foi comprar pipoca e guaraná
E recordar as noites passadas regadas a vinho
Pensou em entrar na fila e pedir-lhe um autografo
Mas...
O que seria um autografo perto das mais de cem fotos, que tinham tirado juntos
Voltou pra casa, ligou a tv e foi assintir um filme adulto na madrugada

domingo, 13 de agosto de 2017

Cena LVIII (Hiato)



Suas formas...
escorrego nelas
vou parar no seu colo
escorrego pelo vão
te penetro lentamente
dentro de você me aconchego.
Suas formas...
nuas!!!
passo a debruar...
sem te gastar
assim de leve
minha mão morna te devora o seio,
e eu meio tolo vou ao encontro no meio
a única forma de se perder
mais encontrar você
Suas formas...
um sonho
um apreço
um endereço
em você me aqueço
e não quero mais voltar

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Cena LVII (Rotina, parte II)



Os anos de convivência transformaram
O amor de ambos em uma imensa aversão
Onde o coração de ambos ficou esfolado e em carne viva
O simples fato da proximidade ou um despercebido olhar
Os arremetia ao mais profundo Hades
A chave que abriu esta porta estava em uma imensa incompreensão
Em que um cândido dialogo ou abdicação,
Manteriam com certeza tal porta trancada
No entanto a prepotência de ambos
Escancarou as portas para toda a sorte de empecilhos
Sem uma chance de restauração

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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Cena LVI (Rotina)



Chegamos ao estágio itinerante
Das mesmices entediantes
Ele fala oi
Ela responde bom dia
Ele não à surpreende
Ela não o arrepia
Tornam os dias frustrantes em demasia
E como, que, se fossem casados à anos...
Se tornaram calados...
Ela na expectativa
Ele na arredia
E assim se escoou o tempo...
Até que um deu pela falta do outro
Em hora tardia!
Pois há muito, o outro partira
O que ficou,
Quis gritar mais não podia
Pois seu peito arfava de agonia…
Pelo chão o sangue jorrava e escorria
Era seu coração que partira...

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sexta-feira, 17 de março de 2017

Cena LV (Prazer...)



Muito Prazer!
Não sou desses canalhas
Que irá lhe usar e jogar fora
Não...
Sou destes canalhas
Que lhe usara incessantemente
E múltiplas vezes
Sou como uma criança gulosa
Que come um brigadeiro,
Dois brigadeiros
Três brigadeiros
E ai então se sussega (mais só um pouco)
Depois… Alguns instantes...
A vontade do brigadeiro volta
Como antes,
Puro prazer!
Eita brigadeiro bom!
Morde-se o brigadeiro
Degusta-se o brigadeiro
Lambuza-se com ele
Abusa-se dele
E você é assim!
Puro brigadeiro
Te abuso
E tu também abusas um pouco de mim
(coisa que o brigadeiro indefeso não pode fazer)
É recíproco
Um caminho de ida e volta
Pois não a prazer perfeito
Em somente se receber
Sem nada se dar
Fica algo assim pela metade!
Meu prazer é ir e vir em você
E vice versa...

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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Cena LIV (Frenesi de uma noite de verão - poema feito a dois)



Amo-te tortamente
Tolamente...
Mais amo!!!
Amo o seu jeito
A sua companhia
Seu perfume
Este frenesi,
Porem quando permanece... Explode
Explode de gozo
De suor
Você abraça gostoso
Com as pernas
Prende-me
Excita-me
E troca confidencias
Mil
E entre um copo de vinho e outro
Uma língua
Uma saliva
As intimidades vão surgindo
Nuas
E belas
Um beliscão nos seios
Ou no meio das coxas
Eu seio que num fiz tudo
Mais ti guardo um pouco mais
Antes era a timidez... até o entregar total
Num ato de arte sem ser ator
E você atriz principal
E eu...
Apenas coadjuvante
No entanto, puro engano... pois o que parecia apenas um coadjuvante foi o ator e autor de uma linda história
Por muitas vezes ele faltou os ensaios
A primeira encenação foi péssima
Mais foi aplaudido no final
Deixas-me sem palavras
Deixo as na sua boca
A mesma que beijei calidamente
E eu na sua que por repetidas vezes foi capaz de soltar palavras e me acariciar com exímio

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